segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Concerto para Forró e Orquestra




Quarta-feira, 14 de novembro. Cinco horas da tarde. Praça José de Alencar, Fortaleza. Uma manifestação sindical aporta com forte aparato sonoro. Clamam por melhores condições de trabalho para a categoria.
Cinco e quinze da tarde. Teatro José de Alencar, em frente à praça. Dois ônibus estacionam na rua lateral. Desembarcam 85 pessoas. Instrumentos de cordas, percussão, sopro... uma verdadeira mudança.
A Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório Pernambucano de Música, formada por jovens entre 15 e 25 anos, chega para sua apresentação. Mais de 800 quilômetros de estrada.
Agora, são seis horas. A orquestra com sua formação completa sobe ao palco para afinação de instrumentos e ajustes na luz. Faltam duas horas para o espetáculo, patrocinado pela CHESF e pelo Governo de Pernambuco.
Na praça, o protesto virou festa noite adentro.Do lado de fora, ânimos alterados. Aumentam o som das caixas e começa o show: forró eletrônico, bailarinas em praça pública. No teatro, o público começa a chegar.
Oito e quinze da noite. Começa o concerto da orquestra. O som estridente da manifestação sindical invade a platéia.
Cena Lastimável!
Na administração do Teatro José de Alencar "ninguém pode fazer nada". E o concerto da orquestra se arrasta. Os acordes ficam inaudíveis, abafados pela guitarra e pelos teclados. A cada pausa das cordas, o público era agraciado com a invasão intermitente do som que ecoava da praça. Concerto para forró e orquestra.
O maestro José Renato Accioly anuncia o placar: 5 x 0 para a festa sindical. Um espetáculo de constrangimento.
Nove e meia da noite: Encerramento do concerto. Músicos frustrados, platéia lesada, produção do teatro inoperante.
Na praça, o protesto virou festa noite adentro.
De quem é a culpa, FORTALEZA?????
Quem é o responsável por autorizar dois eventos incompatíveis na mesma hora, dia e local?
Aos gestores públicos da cultura, clamamos por sensibilidade!!!!!!!

Horizonte

 Pausar.  Simples e necessário! Tempo restaurador. Arrumar as gavetas da cabeça, acariciar a alma, alentar as dores, afagar os prazeres. Fec...