terça-feira, 30 de setembro de 2008

até.... talvez.....



O chão batido da velha estrada viciada, cansada cheia de buracos nunca tinha sido tão profícuo.
Sem sinalização
Sem fiscalização
Sem orientação
Seguiu até o fim da linha.
Curvou-se ao acalanto do sol nascente, arriscou encarar o astro a pino e finalmente rendeu-se à lua azul.
Num caminho de pedras enormes e oásis escassos.
O som ritmado da terra seca arranhando as sandálias era companhia tranqüila.
Até que, na chegada ao fim, percebeu que nada foi.
Nada seria.
Nunca nada.
O chão abriu-se acolhendo os seus sonhos: museu de idéias e de sentimentos.
O segredo ficou impune.
O amor vai brotar algumas flores quando chover.
E elas talvez encantem.
Talvez cheirem.
Talvez existam.
Talvez nem saibam.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

muito prazer

















Não gosto muito das regras. Mas as cumpro metodicamente.
As exceções são como um desafio. Risco de erro, abuso de confiança.
E as prefiro, via de regra.
Por exemplo, ao escrever. Minha inspiração é uma exceção.
A regra é relatar os fatos de forma clara e coerente.
Muito bissexta, minha iluminação. Deveras teimosa.
O normal seria que sentisse impulso de escrever durante meus turbilhões emocionais, sejam de felicidade ou de tristeza. Ou talvez decidisse usar este blog pra amainar meu tédio.
Não adianta. Penso nos momentos mais improváveis e a tal “lâmpada” só acende quando estou completamente desprevenida.
Cortando legumes, levando o tapete pra lavanderia, abastecendo o carro....
Ela então tripudia da minha praticidade extrema e sazonal e me avisa: “esta não é você, querida! Trate de ver poesia no macacão cheio de graxa do frentista, ou encontre nas manchas do tapete desbotado algum sintoma de amor.... quem sabe identifique formas abstratas nas cascas dos legumes?”
Pronto! Caio do pedestal de mulher racional, mergulho profundamente nos meus devaneios.
Erro o percurso pro trabalho, deixo o bolo dentro do forno e esqueço de fazer algum pagamento.
Esta aí sou eu. Muito prazer.

Horizonte

 Pausar.  Simples e necessário! Tempo restaurador. Arrumar as gavetas da cabeça, acariciar a alma, alentar as dores, afagar os prazeres. Fec...