quinta-feira, 13 de novembro de 2008

pauta jornalística

Deu no jornal.
Foi manchete em letras vermelhas, garrafais.

MATOU O PAI COM QUEM TEVE 12 FILHOS

Sua dor, sua revolta, sua mágoa virou um romance. Um texto que ajuda a passar o tempo nas filas de banco, que acompanha o café da manhã e vira assunto entre motoristas de táxi e passageiros.
Seu tempo passou lerdo, mastigando a violência que descia quente por entre suas pernas e fazia filhos-irmãos.
Todos somos irmãos perante Deus, diziam.
Seu corpo fez 12 irmãos.
Até que, vendo um de seus frutos ameaçados pelo pai-avô, decidiu mudar o destino.
Pegou a peixeira. Aquela que por muitas noites esteve à sua mira e a fez sufocar os gritos de pavor. A lâmina que roçava seu corpo, enfiou-se na carne do homem.
Cessou seu sêmen e seu membro.
Senta agora confortavelmente no banco dos réus. Esta será uma tarefa bem mais fácil. Uma dor menor.
O julgamento dos juízes não chegou a tempo, quando ela era uma criança, depois uma adolescente e uma mulher a serviço dos prazeres do pai.

9 comentários:

Dante Accioly disse...

Nossa! Não soube disso. Foi aqui?

Mack disse...

Achei que a manchete estava errada quando li. Como alguém poderia ter 12 filhos com o próprio pai. Depois vi que o erro era bem pior. O que faz alguém esperar tanto tempo. Eu, não quero mesmo descobrir...

Germana Accioly disse...

=primo, foi em Pernambuco, perto de Caruaru.
=mack, eu tb achei tão estranho.... não saída da minha cabeça esta história! que pena....

Leonardo disse...

Caramba!

Ela fez justiça com as próprias mãos, e eu não consigo saber qual crime teve maior peso, acho que no fundo, ela tem toda razão.


Beijo

Antonio Ximenes disse...

Demorou... e a justiça encontrou uma maneira tardia para se manifestar.

Não existe comentário que defina isso.

Triste.

Abração.

Germana Accioly disse...

pois é, ximenes.
vida dura.

Jornalismo Independente disse...

Salve simpatia.
Um dia a casa cai, já diria um policial. Deus perdoe essa criatura nefelibata. E Deus dê alívio para essa mulher. Pelo menos o alívio divino. Tenho certeza de que o outro alívio, de alguma forma infeliz, já está sendo curtido por ela.
Cheiro, Gê.

Germana Accioly disse...

oi João!
pois é. esta história me deixou estarrecida. E aí? como vão vc e a úlcera?

Anônimo disse...

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Horizonte

 Pausar.  Simples e necessário! Tempo restaurador. Arrumar as gavetas da cabeça, acariciar a alma, alentar as dores, afagar os prazeres. Fec...