quinta-feira, 19 de março de 2009

cega e surda

Acreditem, sou tímida. E às vezes a timidez me deixa meio surda.
É a mais pura realidade.
Quando eu era menina, usava óculos.
Escondia os óculos. Enterrava os óculos.Queria me ver livre deles.
Tinha, no máximo, uns seis anos.
Quando não, vencida pela armadura de resina, entrava no chuveiro e via tudo nublado. Eram as lentes brincando de esconder.....
Sempre que eu trocava de modelo, ficava surda. A vergonha era tamanha de ir pra escola de óculos novos que ficava sem ouvir nada. Não olhava nem pros lados.
Os professores ficavam furiosos, minha mãe achava que era desdém.
Outro dia, mesmo sem óculos, fiquei assim.
O cara do enroladinho de peito de peru me fez uma pergunta. Eu, surda, resolvi responder que sim. E ele me entregou o lanche pra viagem.
Com as sacolinhas nas mãos, fiquei com mais vergonha ainda de sentar na mesa da lanchonete e fui comer na rua, em frente ao prédio onde trabalho.
Nada bucólico.
No primeiro banco, um formigueiro me atacou. Eram enormes!
Tentando ainda arejar a mente, fui sentar-me mais longe.
Foi inevitável ouvir a conversa de um casal que acabava um namoro.
Nestas horas, queria ser surda.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Viva, Cora Coralina!

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

Horizonte

 Pausar.  Simples e necessário! Tempo restaurador. Arrumar as gavetas da cabeça, acariciar a alma, alentar as dores, afagar os prazeres. Fec...