terça-feira, 7 de abril de 2009

Equilíbrio



Sinto como se minhas veias mudassem de curso.
Não. Não é somente isso.
Sinto como se de repente minha raiz se desprendesse de mim.
É isso.
Meus dois frutos caíram no chão e buscam terras férteis para criar raiz.
São ainda tão verdinhos que buscam fincar suas raízes novinhas à minha sombra.
São ainda tão imaturos que necessitam do néctar que produzo.
Mas começaram SIM a se desprender.
E a negar minha existência.
Percebo tudo isso tão claramente, que chega a ser irônico.
Percebo o nosso amor imutável, indestrutível, incomensurável.
Contudo, há um interminável embate que faz a vida ser real, que encanta tanto quanto emudece a existência.
Outro dia eu tava falando pra eles sobre Freud.
Falei da lenda de Édipo. Falei da cultura grega e de como Freud se apropriou das lendas pra explicar as relações com a vida.
Agora eles estão desconstruindo seu próprio Édipo. Eu sei, eu sei. Para o bem de todos nós e para a felicidade da vida de homens adultos e maduros.
Mas como dói!
Ver meus tesouros me olhando com desconfiança, descobrindo minhas falhas tão, tão humanas(!) e reconhecendo em mim a primeira expressão feminina da vida.
E como é lindo!
Os extratos da vida que passamos nos arranhando.
Concentrados de paixão e de ódio.
Sei que esta história terá um final feliz. Sou uma otimista.
Mas os olhares pequeninos, que eu tanto velo, ainda me entram como flexas.

4 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pela mãe que você é. Os meninos estão se tornando homens ... é a vida ta.

Mack disse...

Minha amiga, é claro que o final vai ser feliz. Mas não há motivos para o presente também não ser. Tenta...

Te amo!

Germana Accioly disse...

é, meus caros. talvez esta seja a grande magia da vida....

Jorgeane disse...

Cuma!

Vc está colhendo o excelente trabalho que vc fez e certamente terá um final feliz. Estarei ao seu lado para assisitr.

Beijos.

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