quarta-feira, 7 de abril de 2010

devias vir......



As rosas não falam.
As rosas são anúncio certo do fim: buscam na água tensa do vaso um extrato de vida.... A cada fim de semana, compro rosas, gérberas, lírios pra minha casa.
“Para dar um toque de vida”, engano-me.
Engano-me no primeiro dia, quando os botões ainda dormem.
Engano-me no segundo dia quando as flores abrem, exuberantes.
São vida mascarada de fim. Anúncio tácito. Razão sem fé.
Aí, quando as flores perdem sua tenacidade, ficam tímidas.
Enrugam-se, escondem-se.
Os talos fazem uma reverência à vida e se vão.
Não me queixo às flores. Elas são previsíveis.
Não nos pregam peças, nem se compadecem de nós...
E quando elas se vão, melancólicas como a morte, não desisto.
Busco uma substituta, inocente.
Cumpra-se o ciclo. Troquem as águas do vaso.
O cheiro das flores mortas é o contraponto das pétalas coloridas.
Morre-se por dentro primeiro.
E a morte vem pela seiva, pelas veias, estourando a vida.
Exalam perfume roubado de vida.
Enfim....

(Para Vicente, amigo de sempre.....)

Horizonte

 Pausar.  Simples e necessário! Tempo restaurador. Arrumar as gavetas da cabeça, acariciar a alma, alentar as dores, afagar os prazeres. Fec...