domingo, 16 de agosto de 2015

pra que rimar?




Tenho cá pra mim que a saudade é um ser solitário, incapaz de amar. Tenho ainda mais convicção porque, amando, não faria ninguém sofrer desse jeito.
Porque amar e sentir saudade são duas coisas que não deveriam andar juntas. 
O amor é pleno, universal, transcende tempo e espaço. O amor é generoso. Não haveria de sofrer com a autoridade imposta pela saudade. 
Falo isso com a propriedade de quem já andou com estes dois juntos. 
Hoje estou prestes a sentir uma das maiores saudades da vida. E vim antecipando este sofrimento. Acordando de noite com esta dor sem destino nem remédio... Deixando de lado o que há de mais lindo e nobre, inegável e infindo.
Decidi jogar diferente com o futuro. Vou apostar no amor. No amor que construí desde sempre. Na dádiva que é ser mãe neste mundo de tantos bilhões de pessoas e este filho ser você!
Vou apostar na alegria que você me dá, e na promessa do que virá.
Vou investir no exemplo que eu te dei a vida toda. Moramos longe, moramos perto, sentimos frio, calor! Eu sempre te disse que o amor está em todo lugar. Aqui, em Paris, em Brasília e na Finlândia.
Porque o clichê mais verdadeiro do mundo é o que diz que o amor está dentro de nós.
Então! Acabei de despejar a saudade. No lugar dela, alojei o bem querer.
Que estes nove meses que você vai passar longe de mim sejam tão profícuos quanto os meses em que eu te esperei, antes de nascer.
Ali gerava um filho. Hoje, forma-se um homem.
Vou te esperar com esperança, não com dor. Vou te esperar com certeza, não com fragilidade.
Vou te esperar com menos pesar porque você nunca vai sair de mim.
A saudade, esta velha inquilina, certamente voltará. E eu vou oferecer a ela o meu amor por
você.

Horizonte

 Pausar.  Simples e necessário! Tempo restaurador. Arrumar as gavetas da cabeça, acariciar a alma, alentar as dores, afagar os prazeres. Fec...