Você samba de que lado?
Que bloco é o da sua rua?
Que luta é a do seu braço?
Que mundo cabe no seu ideal?
Qual é o país que constroi o seu futuro?
Hoje acordei com vontade de dizer a quem quiser ouvir que eu tenho lado.
Eu não escolhi a esquerda. Eu sou de esquerda.
Ser de esquerda não se compara a escolher qual cordão você vai dançar no pastoril.
Não tem relação com que time você prefere.
Eu não conseguiria sambar do outro lado porque acredito neste. Acredito num projeto de mundo pra geral, que diminua as desigualdades, que aumente as oportunidades, que não privilegie quem sempre teve privilégios.
Ser de esquerda não é ser apenas de um partido político. É enxergar nas organizações instrumentos de inclusão e de luta.
Nasci numa família que discute política na mesa de jantar. Ainda ficava de ponta de pé pra alcançar o tampo da mesa e o assunto era a ditadura e a resistência. Tinha sempre violão e política na roda.
Política não é um projeto pessoal. É um projeto de vida.
Por isso hoje, neste 06 de abril, acordei querendo falar que meu lado continua o mesmo. Que sigo reapeitando todos os lados, quase todas as convicções.
A primeira vez que me "meti" em política longe da mesa dos meus pais, devia ter uns 10 anos. Fui discutir na cantina do colégio.
Depois foram muitas as campanhas, os ciclos, e eu sempre me perguntando porque acabava militando e trabalhando "nisso".
Acordei hoje no terreno da convicção. Sou "isso".
É no momento mais duro que a gente se reconhece, pensei.
E eu, que nem sei sambar direito, tenho lado. Continuo passando o café e discutindo politica com meus filhos. Com Rinaldo Silva. Com meus irmãos. Com os amigos.
Assim seja sempre.
sexta-feira, 6 de abril de 2018
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