Que tipo de gente é essa que ainda encontra graça nisso?
Rima com o que? Com que tempo, com que vida?
Que mundo mesmo você vive? Lendo poesia no aeroporto, na cama antes de dormir... lembrando dos poemas que leu há tanto tempo... ressignificando, reelaborando, buscando sentido no que outros escreveram.
Seria este tipo de gente medíocre, dependente da criação alheia? Intérprete do nada.
Poesia que enche os pulmões, que alivia ou amplia as dores, que reforça os amores.
Pura poesia.
Poesia pura.
Aí o dia começa e você tem um verso na mente. Um verso alheio, que fala mais de você mesmo do que qualquer um pudesse fazer.
Um alheio, falando do seu segredo.
Enquanto lê os versos, abre seus segredos pro autor. Seria este autor um voyer, um programa invasor de sentimentos, talvez.
Versos só existem quando lidos. Só andam, engordam, se multiplicam, quando manipulados, em livros, em mentes, em teclas.
E então, me responda: porque tanta poesia num mundo tão quadrado?
Uma guerrilha poética, uma guerra rimada, uma militância aguerrida em palavras.
Ardo em poesia. Vejo poesia em prosa.
Mas pra que mesmo, hein?
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2 comentários:
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