terça-feira, 17 de janeiro de 2012
BB, CAIR, LEVANTAR
BB de Big Brother mesmo.
Aquele programinha que ocupa lugar na minha transmissão aberta, canal de concessão pública. Aquela “ocupação” no meu horário nobre, “invasão” na minha sala.
No começo, caí na conversa. Dei lá minhas espiadinhas. Hoje, ele é que me espia. Faz de um tudo pra me capturar, um segundo que seja. Uma bunda que seja.
Vale tudo pra angariar os milhões do patrocinador.
Vale tudo.
Aliás, as lutas de vale tudo têm regras. No BB, pouca coisa é proibida.
Alguém já percebeu que todo “brother” tem um pé no alcoolismo?
Outro dia li uma manchete em que uma das participantes se intitulava "Pinguça".
Pois é...
Alguém já parou pra pensar que em todas as festinhas produzidas e fabricadas de acordo com os estudos de marketing empurram álcool goela abaixo da galera?
Baixaria na certa. Amnésia alcoólica. Ressaca moral. Tudo ao vivo, 24 horas, a cores.
Todos bebem até cair. Chegam a níveis de degradação geral. Por um milhão e meio de reais. Direitos humanos violados, direitos de cidadão, me parece um zoológico humano, que li num livro de ficção.
Quem sabe um dia não é chamado um integrante do Alcoólicos Anônimos pra participar democraticamente da festa.
Aliás, se eu fosse a TV, mudaria do nome do Programa.
De BB para AA.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
De bom humor
Acordo de bom humor.
Sei, sei sei...
Isso é um defeito inaceitável.
Mal abro os olhos, corro pra ver o sol, a chuva, fazer um café, dar bom dia ao cachorro, colocar água nas plantas.
Sou Insuportável.... ligo o som. Tom jobim de preferência, combina com o ar da manhã...
E não é só isso, acredite. Sou bem pior do que se possa imaginar. Ponho a mesa do café da manhã, faço tudo “comme Il faut”...
Fico à espreita. Quando o primeiro acorda, coitado!
- Bom dia! Que dia massa! Quer tomar café? Tem geleia na mesa, fiz um bolo. Prefere um ovinho???
Chego a ser politicamente incorreta. Meu bom humor quer modificar o mau humor do outro. Isso é invasão de privacidade.
Ai a pessoa me olha de rabo de olho, esfrega a mão no rosto pra não dizer que tou sendo demais. Mas o corpo fala.
E quer saber? Nesta hora já estou pensando no que vou fazer pro almoço. Hoje em dia eu fecho a boca, mas a vontade que dá é emendar:
- Pensei em fazer pro almoço tal prato. O que tu acha?
...
Silêncio do outro lado...
Mas, mesmo assim, fico maquinando.
O pobre desiste de mim, volta pro silêncio da cama.
E eu fico ouvindo o barulho da minha cabeça.
Outro dia ele me disse: "Teu bom humor me deixa de mau humor".
Então ta.
Li Polyanna. E Polyanna Moça.
Acho que o problema é esse.
O teu mau humor reforça o meu bom humor.
BOM DIAAAAAAAAA!!!!!!!!!!
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Só a sogra salva!
Tinha um baby doll na mala dele.
Não. Tinha um baby doll na bolsa da roupa suja.
Bege, mangas compridas, calças compridas, muito, muito maior do que eu. A defunta era maior,talvez mais nova, mais bonita, mais bem humorada....
Mas o baby doll era de nylon, sem estilo.
Pastel. não era roupa de amante.... quem sabe?
Era bem conservado, mas não era novo. Gola de renda, decote canoa. Definitivamente, não era um fetiche. Meio antigo...
Guardei na gaveta. Mas não esqueci dele.
Horas depois, botei pra lavar. Intrigada...
Num rompante, tirei do cesto de roupa suja e vesti. As pernas da calça passavam um palmo. Nos braços, as mãos sumiam. Na cintura, ameaçava cair. Imagina a cena! Praticamente um espantalho.
E pensava: "Que cara de pau! Passar 3 meses fora e trazer um baby doll alheio na roupa suja!"
Guentei não.
Cheguei na sala, me coloquei na frente da estante, fiz pose de modelo e perguntei:
- Que roupa é essa????
Era aniversário de casamento, ainda por cima.... muito sem noção!
- Que roupa?
Ele falou sem nem olhar pra mim.
- Esta que eu estou vestindo!!
Respondi ainda mais arretada, já querendo pular no pescoço dele.
- Não é sua?
Ele finalmente olha de relance, achando estranho. Riu pelo canto da boca.Eu devia estar patética.
- MINHA????? Estava na SUA roupa suja!!!! É sua por acaso?
- Claro que não. Não sei que roupa é essa.
- E quem sabe, meu filho? Fala logo que é melhor!
Discórdia instalada, ele tentando montar uma prateleira.
- Vai! diz! e ainda faz essa cara de paisagem!
O suor escorria pelo esforço, martelo, prego... e eu insistindo:
- Vai, fala de uma vez! Sou besta não!
A batida surda do martelo no prego respondia. Ele batia com mais força.
A esta altura, meu pé estava batendo no chão e as mãos já na cintura.
A campainha toca.
Era a minha sogra. Queria saber se a gente tinha um band aid.
Olha pra mim e dispara:
- Minha filha o que você está fazendo com o pijama que eu mandei pra minha prima em Brasília??? É grande demais pra você!
Ele tinha esquecido de entregar. Nem se lembrou que tinha uma prima por lá.
Salvo pelo gongo. Salvo pela mãe. Salva pela sogra.
Devolvi o pijama pra minha sogra.
Só faltaram as pantufas.
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