segunda-feira, 23 de junho de 2014

nova pele.

Abri a porta do mundo e me descobri estrangeira da vida.
Na vila onde moro nao há muros.
Nem muralhas.
As ruas escancaradas jogam os sentimentos pra dentro.
Em carne viva.
Sou um mosaico mourisco.
Sou um arabesco ibérico.
Conjugo as variações da melancolia e da saudade de cor.
De coração.
Minha porta não tem olho mágico.
Nem grades.
Viro a chave dou com a cara na rua.
Abro a porta e batem na minha cara.
Dou a cara a tapa.
E dou com a cara na porta.
Vou voltar.
Para o meu jardim, lá nos fundos.
Para a minha varanda, lá no alto.
Onde o vento saúda a lua.
Abrir a porta?
Só quando souber falar a língua estrangeira.
Quando crescer a nova pele.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Ocupada.




Meu filho foi assaltado duas vezes esta semana. 

Chega em casa com semblante perdido. 
O pior não é o que roubam, mas o que deixam: uma semente de desilusão no olhar dele. 
Vou falar com a polícia, a viatura que faz a ronda, e eles semeiam a tal semente quando dizem que nada podem fazer. 
Do outro lado da cidade, lindos homens, lindas mulheres cuidam da semente do futuro. 
Com respeito. 
Com dignidade. 
Com arte. 
Com amor. 
E os policiais que deveriam fazer a segurança, zelar e garantir a paz acabaram de arrancar as mudas recém brotadas. 
E eu, que sempre corro pro front, me sinto paralisada.
Alguma coisa em mim também morreu. 

terça-feira, 10 de junho de 2014

só imagine!

Imagine um mundo melhor. 

Você não será o primeiro. 

Tanta gente ja cantou, pintou, dançou e encenou. 

Tantos escreveram, muitos lutaram por um mundo de paz. 

Imagine um mundo que fica melhor não com grandes obras, mas com pequenas transformações. 

Gestos múltiplos.

Hoje eu fui além da imaginação.

Experiência de cidadania.

Um encontro de pares e ímpares.

Todos, mestres e aprendizes.

Graças!

Por esta cidade na beira do mar que inspira novos ares.

Pelo abraço ao amigo de longa data.

Um cais onde atracar o sonho de todos.

Um porto seguro para um mundo outro.

Meu filho ao meu lado faz coro com Otto.

Uma ode ao Recife sem muros.

Obrigada, estelita!

Meus filhos serão melhores do que eu.

Serão mais críticos, mais livres.

Observo o Recife da minha varanda na Rua da Glória. O vento que bate no rosto conta uma nova história.

#ocupeestelita #resisteestelita #soudorecife

Horizonte

 Pausar.  Simples e necessário! Tempo restaurador. Arrumar as gavetas da cabeça, acariciar a alma, alentar as dores, afagar os prazeres. Fec...