terça-feira, 20 de agosto de 2019

segunda-feira em duas versões






Acordei numa segunda-feira vazia.
Acordei mais tarde do que devia. Doía o corpo, uma morrinha imensa...
Acordei com o pensamento azucrinando, mais que o habitual. Cabeça funcionando e eu de olhos fechados ainda.
Com custo, levantei, dei umas voltas no apartamento a esmo, sem saber direito o que tava fazendo.
No relógio, 7h12.
Preciso focar. Preciso acordar.
Coloquei comida pra Bangu.
Lavei a cafeteira italiana que ainda tinha o pó do café passado ontem...
Tava fazendo o café quando o gás acabou. Olhei pro quadro na parede da cozinha e ri...
a vida imitando a arte...


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A segunda chegou com ares de sexta. Veio cansada, amuada. Lenta, remosa.
Abri o olho às 7h12, sem desejo. 
O corpo pedia mais sono. Ressaca de uma farra que não aconteceu. Sensação de gripe. 
Zanzei pelo apartamento ao acaso. Olhei a vista pro Capibaribe, tantos azuis! Vi as plantas, o quadro novo na parede.
Bangu reclamou e eu coloquei uma comidinha pra ele. 
Pensei: um café vai bem. A cafeteira tinha ainda o pó da véspera. 
Acendi o fogo, enquanto a cabeça dizia várias coisas a mim mesma. Uma profusão, que contrastava com minha lerdeza nada comum. 
Quando virei as costas, ouvi o sopro seco que veio do fogão. 
Olhei pro quadro na parede da cozinha e ri... a vida imitando a arte...
Era o prenúncio de um dia pra se esquecer. 
Deu preguiça de trocar o bujão. Tomei café da manhã no bar da esquina. 
Acabou o gás.

(A obra na parede é de Thiago West)

Horizonte

 Pausar.  Simples e necessário! Tempo restaurador. Arrumar as gavetas da cabeça, acariciar a alma, alentar as dores, afagar os prazeres. Fec...