segunda-feira, 28 de abril de 2008

super bem informado

- Mãe, Marketing é aquele homem que sofre muito?
- Não, filho. O cara que sofre muito é Mártir.
- Mãe..... Marte não é um planeta???????

terça-feira, 22 de abril de 2008

Identifique-se!!!!



Agora ele tem identidade.
Sua calça jeans, arrastando no chão e quase um palmo abaixo da cintura, abriga um documento plastificado no bolso de trás.
Seus dedos da mão alternam-se. Hora são os ágeis agentes que operam as teclas do computador. Hora, com gestos infantis, montam peças retangulares, edificando seus sonhos de ainda ou quase menino.
Hoje chegaram em casa meio sujos. Não eram rastros de areia. Nem muito menos as marcas de um jogo de futebol.
Eram tinta de carimbo.
Suas digitais pela primeira vez ganharam status oficial.
Estão fichadas.
Entraram pras estatísticas.
Ele ensaia em um papel a assinatura do documento. Rasga com sulcos azuis o papel. Não desenha desta vez seus sonhos com lápis de cor.
Registra o nascimento de um novo civil.
Leva consigo a herança e inicia a busca pela própria existência.
Vai ensaiando levantar vôo. Distâncias pequenas, passos leves.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

De forno a fogão



A gente só se conhece mesmo quando vai vivendo. E pensando. E se permitindo viver.
Tem coisa que está do lado. Tem gente que nunca saiu dali. Tem papéis que sempre foram encenados. E eu somente agora pude perceber.
Este post veio num raio. Tudo ao mesmo tempo na cabeça. Tão rápido, que tive vontade de sair correndo pra um computador, com medo de perder a lembrança tão a jato como ela veio.
Mas, eis meus senhores e minhas senhoras, que estou aqui reconstituindo meu pensamento.
Pois então. Eu tava pensando nestes papéis quando percebi a importância que ela tem na minha vida. Ela não. ELAS.
Minha experiência de uma década e meia de casada já me confere autoridade para emitir algumas impressões sobre esta relação às vezes promíscua, às vezes perversa, às vezes confortante.
Não somos amigas, nem muito menos estranhas.
Perdi as contas das vezes em que percebi que trocávamos de papel. Invejamo-nos mutuamente. Admiramos-nos também.
Aprendi muitas lições de como ser e de como não levar a vida.
Algumas histórias destes meus confrontos humanos poderiam elencar capítulos de livros.
Mas não quero aqui fazer da minha vida privada uma comédia.
Algumas roubaram minhas roupas.
Outras as alvejaram.
Houve as que entraram na categoria inocente. Uma delas nunca tinha visto um liquidificador na vida e tomava altos sustos quando ligava o equipamento. Não durou uma semana.
E as que respondiam pela categoria das dissimuladas: tentaram conquistar o amor do meu amor.
Lembro-me ainda de uma que flagrei na minha cama com um motorista de táxi.
Algumas bancaram bem o papel e o afeto de mãe.
Fui mãe de algumas também.
Como tudo na vida, houve as excêntricas. Não abriam a porta para estranhos, usavam um tubo de água sanitária por dia....
Mas, mesmo com toda esta “folha corrida”, um caso muito recente me intrigou.
Ela esperou duas semanas pra começar a trabalhar lá em casa. Ligou várias vezes no período para saber se estava tudo certo, chegou pontualmente no dia com uma mala que daria pra fazer uma viagem de uma semana. Sandálias havaianas cor-de-rosa, blusa da mesma cor, saia jeans.
Passou o dia com um sorriso nos lábios. Contou histórias da sua vida.
Ao final do dia, lavou suas roupas, deixou tudo arrumadinho e se despediu com um sonoro “até amanhã”. Deixou a mala num cantinho.
Sumiu. Sem rastro.
E o que eu faço com as havaianas cor de rosa?


segunda-feira, 7 de abril de 2008

meu barquinho de papel


Tem um vento soprando a favor, levantando as velas.
As ondas, ainda meio revoltas, começam a embalar os sonhos no convés.
Os aspirantes já se viram com leme.
E o capitão do meu barco de papel, quase sossegado, descansa sobre os meus joelhos.
Sinto baixinho seu suspiro tranqüilo. A embarcação chegou ao porto e está bem ancorada.
Dançam as meninas mais fogosas nas pedras castigadas à beira mar. Cantam-se canções que contam vitórias e glórias. Sob os pés escondem suas dores.
Canto uma canção baixinho, um mantra.
É a vida real.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Pouca Fé

Desistam.
Da minha total falta de assiduidade na alimentação deste blog
(que chega a ser mesmo uma falta de compromisso)
veio a reflexão:
EU NÃO SOU UMA PESSOA VICIÁVEL.
Não sou dependente de internet, apesar de gostar muito.
Não consigo ser cega por trabalho, minha outra paixão.
Já tentaram me pegar. Já tentaram me tentar.
Mas, definitivamente, não consigo me prender a vícios.
Nem a hábitos.
Meus tratamentos médicos não duram mais do que o tempo em que os sintomas existem.
Minha atenção pela moda está abaixo da média.
Quando criança, eu insistia em roer as unhas, pra fugir das tesourinhas da minha mãe.
Em vão. Eu esquecia de roer. Ou roía somente o bastante pra deixar tudo bem aparadinho.
Decepção completa.
Na adolescência tive lá meus excessos.
Mas não persisti.
Sou de pouca fé, talvez.
Meus vícios são nada.
Em compensação, não vivo sem paixão.
Mas isso lá já é outro post.

Horizonte

 Pausar.  Simples e necessário! Tempo restaurador. Arrumar as gavetas da cabeça, acariciar a alma, alentar as dores, afagar os prazeres. Fec...