Minha solidão é imensa.
O céu em prantos faz coro com meu coração.
E neste instante, penso na solidão do meu amigo eliminado.
Como será que se sente um homem em frente ao seu algoz?
No momento derradeiro, cano de ferro apontado pro peito,
Pólvora prestes a explodir.
- É VOCÊ QUEM EU QUERO, RAPAZ! (eis as últimas palavras que ele ouviu).
Uma solidão completa, impotência.
Um silêncio sepulcral, talvez.
Ou, quem sabe, passe rapidamente em sua mente o filme da vida:
Sonhos realizados, frustrações, futuro inviável.
Já faz alguns dias que ele se foi. Manoel Mattos foi assassinado.
Eu ainda não acredito no que dizem todos os jornais. Talvez ele saia de um esconderijo a qualquer momento.
Esta dor, que bate a minha porta e que em vão expurgo. Talvez seja a dor da lucidez. Não há mais fantasia. É tudo verdade. A voz que escuto longe, a imagem deste homem me aparece quando fecho os olhos. São artifícios.
E então, minha solidão em algum momento talvez se irmane com a solidão dele, prestes a ter seu coração dilacerado por um tiro. Um coração de homem.
Minha solidão de ser tão humana, demasiadamente humana.
Minha solidão de ser tão pouco humana.
Minha solidão por não ter feito nada.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
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5 comentários:
Parabéns pelo texto.
O Manoel Matos continua vivo com seus sonhos ainda muito distantes ... Continuaremos tentando e melhorando nossas vidas.
TA
Força, prima. Força sempre.
O “Homem” Manoel Mattos se foi, mas seu grito persistirá aos ouvidos dos que se sentiram incomodados!
A você Germaninha, abraços fraternos.
O “Homem” Manoel Mattos se foi, mas seu grito persistirá aos ouvidos dos que se sentiram incomodados!
A você Germaninha, abraços fraternos.
queridos,
começo a me encontrar denovo na vida. obrigada pela companhia de longe, de perto, via internet!
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