segunda-feira, 26 de setembro de 2011

a casa materna

Na casa dela a tosse ecoa,
A solidão enche os quartos.
A TV fala pra um corpo que dorme, alheio.
A pele fina parece cera, tamanha é a reclusão.

Na casa dela, louça de anteontem adorna a pia.
Talvez, o único sinal de vida.

Nada mais se mexe.
Uma vassoura varrendo no térreo vira música.
Passa um carro ao longe.
Tudo se ouve.
Houve mais nada.

Nem ela está mais na casa dela.
Sua alma ainda viva, ou quase, está de saída.

O que há na casa dela?
A tosse, a solidão, palitos de dente espalhados, fios dentais, remédios pra dor.

E esta dor que não passa....

2 comentários:

Dante Accioly disse...

Estou por aqui. Sempre. Beijo.

Germana Accioly disse...

Eu nunca duvidei... beijo

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