Os casarões do centro do Recife contam histórias.
Guardam nos ladrilhos hidráulicos do piso a estética de uma época, nos seus quintais brotam porcelanas, cacos de vidro, cristais de outrora. Têm em seus portais as almas que ali habitaram.
Guardam nos ladrilhos hidráulicos do piso a estética de uma época, nos seus quintais brotam porcelanas, cacos de vidro, cristais de outrora. Têm em seus portais as almas que ali habitaram.
Nem tão poético assim.
A história mais recente não dá conta nem faz jus ao passado.
Vire a página.
Relegados a “moradias sociais”, os imensos sobrados foram loteados em cubículos. Lá estão amontoados papelão, móveis, entulhos e gente.
Tudo no mesmo patamar, sem hierarquia.
Vire a página.
Relegados a “moradias sociais”, os imensos sobrados foram loteados em cubículos. Lá estão amontoados papelão, móveis, entulhos e gente.
Tudo no mesmo patamar, sem hierarquia.
É uma solução para dar moradia a quem nada
tem.
O recurso chama-se Aluguel Social. Bonito nome.
Criado para ajudar homens e mulheres que não têm condições de estruturar sozinhos a própria vida.
Desastroso.
Esta é a política da gambiarra.
O recurso chama-se Aluguel Social. Bonito nome.
Criado para ajudar homens e mulheres que não têm condições de estruturar sozinhos a própria vida.
Desastroso.
Esta é a política da gambiarra.
Sinto
tristeza em ver, ao lado da minha casa, tanta gente entulhada, sem nenhuma
assistência.
Quem aparece sempre é a polícia.
Nestas hospedarias improvisadas não tem água.
A luz é precária, convite a um acidente.
A luz é precária, convite a um acidente.
O crack é um hóspede presente. Ou seria uma
praga? Um predador?
Vejo estas pessoas trocarem o dia pela noite, crianças
crescendo sem nenhuma referência.
Falta tudo.
Falta humanidade.
Este aluguel é anti social.
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