sexta-feira, 21 de junho de 2013

#eueosmeninos



             


               O mundo de gente. O mar de desejos. O oceano de reivindicações. Pec 37, corrupção,segurança, educação, cultura. Tudo padrão FIFA. Menos a parte da corrupção.  
                O mundo representado diante da crise de representação democrática. 
                Quase, quase todos os cartazes em punho eram frases que eu já tinha lido no Facebook. Não, não sou contra as redes sociais, de jeito nenhum. Sou usuária, já dependente. Senti, de cara, foi que o Facebook foi às ruas. Um mundo de hastags.
                 Ir a manifestações de rua sempre foi natural. Sou do Recife. Cidade em que o carnaval é uma grande manifestação. O pernambucano entende de multidão. Por isso, muito sem medo, sempre levei meus filhos. Pras manifestações políticas e pro carnaval. Plantei neles esta semente.
                E floresceu que nem o pau-brasil que semeamos no quintal. Meus meninos têm discurso. Meus meninos são protagonistas. Cresceram como uma árvore frondosa.
                Lá do alto, o pau-brasil nos observa, vela nossos dias, abriga os pássaros. Lá de longe, começo a ver os meninos que eu levava firmes à minha mão, andando mais rápido do que eu. Vão na frente, confiantes.
                Meu coração de mãe militante entende que este é o sentimento de eternidade. Vejo o meu fervor neles. Vejo a minha coragem nos olhos deles. Uma transferência não me falta, fortalece.
                Não é a primeira manifestação deles. Mas é como se fosse. Antes foi ensaio. Agora é estréia.
                Eu vi o mundo pelos olhos dos meninos. E ele ainda começava no Recife. 
                Na bandeira de Pernambuco que um carrega até exaurir os músculos. No Pavilhão Nacional que o outro amarra como uma capa de herói. Na camisa do mangue boy. No punho erguido. Na palavra de ordem.
                   #vemprarua #recifeacordou #alutanaopara #foracorrupcao #segurancapadraofifa.As hastags que mobilizaram meus meninos são as causas contemporâneas.

                Eu vi o mundo pelos olhos dos meus filhos. Agora posso dizer: Meus filhos cresceram. E eu estava lá. 

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