Hoje eu abri os olhos e o sonho não tinha acabado. A noite não me embruteceu. As lágrimas não borraram minhas convicções.
A derrota não me enfraqueceu as crenças.
A dor hoje acordou no meu corpo. De tão grande e intensa, migrou da alma para esta carcaça que quase nada tem.
Eu abri os olhos, mas já tinha acordado há tempo.
Nessas caminhadas a gente sabe o caminho no escuro.
Sabe semear na terra seca.
Sabe o valor de um gesto.
Sabe que o rio nem sempre passa na terra de quem colhe.
Eu aprendi tudo aos poucos. Como uma panela que cozinha lenta, no fogo brando.
A estrada à frente.
Muitas lutas no coração.
Não há método mais eficaz que o exemplo.
Esse não se decora, se herda.
Não se compra.
Não se vende. É doação.
E na poesia que se vive, a rima é a história.
A métrica é a coerência.
Recitar é compulsório.
Um poeta não se cala mesmo mudo.
Porque seus versos ganham o
Mundo.
Pessoa de Ferro. Tantos Fernandos cantam suas aldeias. Tantos emendam sonhos. Quantos sabem a dor que deveras sentem?
"Não sou nada. Nunca quis ser nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo".
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