O tamanho da alma da gente ninguém pode medir.
E quanto mais larga, mais profunda e mais densa, mais abriga sentimentos. E insanidades.
Não existe um tamanho padrão, nem sequer uma grade de números que encaixam ou se enquandram.
Eu, como todo mundo, não sei o tamanho da minha.
Eu, como todo mundo, não sei o tamanho da minha.
Calço 35. Visto 40. Tenho um grau de miopia.
Mas a alma, flutua.
Só sei que hoje ela está inundada, ou seria irrigada?
Costumo dizer que sou uma pessoa das águas, porque choro de alegria e de tristeza. Choro de orgulho e de vergonha. Choro de graça.
Hoje a alma está, assim, adolescente.
Nasci em 1972. Quando comecei a ler Clarice ela já tinha partido.
E será que parte quem deixa tanto? Mas Clarice me pegou forte por suas narrativas existenciais.
Foram anos relendo tudo como se fosse a primeira vez. Não sou especialista em Clarice. Sou leitora dela.
Hoje eu encontrei Clarice. E ela ouviu a minha música. E ela me fez ouvir a minha música. Passei 20 anos sem tocar.
Hoje eu encontrei Clarice. E ela ouviu a minha música. E ela me fez ouvir a minha música. Passei 20 anos sem tocar.
E que presente tocar para Clarice! O bairro dela é também o meu. Somos vizinhas de um tempo desigual.
Quando subiram os créditos eu nem sabia o que falar. E ainda não sei.
Mas tinha que escrever. Num medo de perder o sentimento, que se infiltra em tantas vielas e travessas.
Tudo tão particular e universal.
Hoje a minha alma é toda de Clarice.
No São Luiz vejo o rio beijando a aurora e o sol e mais uma vez deixo os olhos livres.
Só gratidão. O prelúdio da gota d'água de Chopin tem outro sentido pra mim a partir de hoje.
Quando subiram os créditos eu nem sabia o que falar. E ainda não sei.
Mas tinha que escrever. Num medo de perder o sentimento, que se infiltra em tantas vielas e travessas.
Tudo tão particular e universal.
Hoje a minha alma é toda de Clarice.
No São Luiz vejo o rio beijando a aurora e o sol e mais uma vez deixo os olhos livres.
Só gratidão. O prelúdio da gota d'água de Chopin tem outro sentido pra mim a partir de hoje.
( Para Taciana Oliveira, que montou a vida de Clarice e me fez tocar para ela)
Um comentário:
Esse seu texto enche meu coração de alegria... É como escutar pela primeira Chopin naquele domingo na Rua da Glória... Clarice vive e abraça seu sorriso. bjs e brigadão pela dedicatória.
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