terça-feira, 15 de março de 2016

quando Naná se encantou

Ah,meu filho! Quando a gente emudece, é urgente que alguém nos traduza, que alguém nos ajude a tirar do peito o bloqueio que um grande choque pode provocar. Sabe-se lá porque, somente agora vi teu texto. Talvez, a providência. A dor pelo encantamento de Naná, eu guardei.
Agora, ligada a você pelos satélites e pelas redes, sinto uma maré leve me encharcando... a maré que nos inunda aos poucos. A força necessária que a dor provoca, pra depois ser saudade, ou lembrança, ou nostalgia... No caso de Naná, eu pergunto: será que vai quem tanto deixou? beijo. Eu aqui no Atlântico. Você, no Ártico. 
Você, meu tradutor:
"Ver Naná no palco era sentir tudo que a nossa cultura pode proporcionar. Um mestre que fez o mundo se ajoelhar às suas alfaias, berimbáus, gonguês, abês, ganzas e o que mais colocassem nas mãos de Naná. Já dizia Otto que "o celular de Naná é a Lua, e a Lua é o celular de Naná". Ele não era desse mundo. Hoje suas baquetas repousam sobre o couro das alfaias, mas o estridor do seu batuque reverberará para sempre no Recife, em Pernambuco, no mundo... na Lua.
Vai ser difícil ir pro Marco Zero numa sexta-feira de Carnaval e não ter o Mestre Naná para reger os mais de 500 batuqueiros de maracatu. Obrigado por tudo, Naná! A Cultura Pernambucana vivia em você, e agora você vive na nossa cultura, eternamente."

( Para Dante Aguaçã, meu prólogo ao seu texto)

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