Saí de casa com uns pinguinhos me beijando
Céu azul pingando pequenas bênçãos
Mania de ver o que não existe
- Justo hoje, que tirei a sombrinha da bolsa
É setembro
Tomei a segunda dose
Mais serena
Mais emocionada
Mais acomodada nesta noite sem fim que é a pandemia
Mais uma lapada
Mais uma dose
A agulha entrou doendo, formigando.
O coração acelerou
Os olhos marejaram
Não durou um minuto
O Recife continua o mesmo
Gente acampando nas ruas
Fome crescendo nos canteiros
Rio brilhando sob as pontes
Um ar de domingo impregnando
Aquela sensação de lavar a alma
Vestir a roupa do dia
Celebrar sem fim
Os ciclos renovados
Nada diferente
E uma coisa mudou
É dose!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário