Na primeira consulta ao “doutor de adulto”, a menina tinha as mãos geladas.
Seu pai a acompanhava porque tinha preocupações. Ela tinha “reformado” muito cedo.
E ele tinha ouvido dizer que depois que fica moça, a menina não cresce mais.
Ela tinha pouco mais de um metro e meio....
Na sala de espera tudo era muito austero. Móveis de madeira sólida, cortinas com flores em tons pastel. As revistas para passar o tempo versavam sobre temas que ela sequer conseguia entender. Lá dos seus 13 anos, olhava somente as figuras e imaginava histórias.
O relógio não era bom parceiro. O ar parecia preguiçoso. Suas mãos quase pingavam de tanta ansiedade. Seu pai ao lado.
Lá pelas tantas chamaram seu nome. E ela deu de cara com um médico de faces marcadas pelo tempo. Os olhos mais sérios do que simpáticos a convidaram a entrar.
Nem uma palavra e ela foi encaminhada à ante sala do exame físico.
Deitou-se, ele a pediu para fechar os olhos. O pai ao lado.
E os exames foram feitos no escuro. A menina foi ficando cada vez mais confusa. No outro médico, quando criança, tão recente, não era assim.
Na hora de preencher a ficha de saúde, mais confusão.
- Seu nome completo?
Ela respondeu, explicando como se escrevia o nome do meio “com dois ‘c’ e ‘y’ no final.
- idade?
13
- doenças que já teve?
Hepatite, né pai????
- alergias?
Tenho rinite alérgica.... este clima daqui não ajuda..... (ela tentava quebrar o gelo).
O doutor continuava sua investigação.
-Ham..... você.... é........ já mudou de estado? (Desta vez ele falou sem tirar o olho do papel).
Ela, bem mais tranqüila: Não! Eu sempre morei em Pernambuco!!!!
Silêncio sepulcral.
A menina entendeu que algo tinha dado errado.
Seu pai a socorre: Filha, ele quer saber se você já é moça....
Ela responde: sou, sim...... e reza pra aquela consulta acabar logo.
Nunca mais pisou naquele consultório.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
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6 comentários:
Essa é uma das minhas preferidas!!!!!!!!!
hoje é uma história engraçada... na época, me parecia uma história de horror.
eheheheh
VIVA O TEMPO!!!!
Ai, Gê, como demorei tanto pra estar aqui? Achei ótima essa história. Você tem uma capacidade de descrição que me faz estar no escuro com você e tão nervosa quanto! hehehehehe
Germana.
Você disse tudo.
O tempo nos dá uma injeção de anestesia no que diz respeito aos constrangimentos na infância e pré-adolescência.
Hoje gente ri do que teve medo.
VIVA O TEMPO!!!
Abração.
Esses médicos ainda me assustam um pouco o.O
Huehuehueheuheuheuheheu!
De onde é a história?
Voltei à internet e aos blogs! Li tudo que estava atrasado.
Saudade danada de tu, amiga. Tanta, que sonhei com nós duas, Cata e Naidinha a noite inteira, estávamos nos arrumando para alguma festa. Preparativos de mulherzinha. heheheh
Adorei a história da tua "primeira vez". Um dia te conto a minha, mas não no blog! Melhor assim... :)
Beijos enormes!!!
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