terça-feira, 2 de novembro de 2010
Viva o povo brasileiro!
Caros amigos,
Não estivemos no Marco Zero, é verdade.
Mas participamos da festa vitória de Dilma na Esplanada dos
Ministérios, em Brasília. Foi emocionante e, de quebra, ainda tinha
uma orquestra de frevo animando a galera. Só faltou tocar madeira que
cupim não roi.....
Percebi o quanto estávamos vivendo um momento especial para o país e,
também, para os meninos, que hoje têm um país liderado pela primeira
mulher da história, que assumiu democraticamente a presidência e vai
governar para 190 milhões de brasileiros.
Em alguns instantes a emoção tomou conta destes quatro nordestinos,
cada um do seu jeito, cada um com sua alegria.
Juntos, nos abraçamos e rimos, encontramos amigos, pulamos, cantamos......
Contudo, só atestei que realmente este dia teve um significado
especial quando hoje de manhã, meu caçula Luís acordou e, ainda na
cama, me chamou e disse:
"Mãe, hoje é o primeiro dia que o Brasil tem uma mulher na
presidência. E eu estava lá".
Lindo, num é? Meu filho vai contar esta história pros filhos dele. De
alguma forma, escrevemos todos juntos esta história.
Viva o povo brasileiro!!!!!
sábado, 30 de outubro de 2010
Bem feito!!!!
Estou há semanas quase concebendo um texto. Há semanas. Não tenho sido gentil com minha mente. Quando o texto chega, às vezes com frases inteiras prontas, ao invés de escrever num pedaço de papel, de correr pro computador ou de simplesmente memorizar a idéia, eu simplesmente menosprezo.
Pego aquela idéia e jogo no grande caldeirão da minha mente, misturando com tantas outras coisas, jogando tudo misturado como um arrumadinho de feijão.
Minha prepotência não tem fim. Faço isso porque acredito que novas idéias, novas figuras, novos arranjos virão, ainda melhores que aquele. “Estou cansada”, “é tarde demais”, “demasiado óbvio”.
Acontece que hoje, um sábado de um feriadão, de molho em casa, eu não tenho nada pra fazer. Lembrei de lembrar das idéias jogadas ao léu no infinito do meu cérebro. Nenhuma chegou.... Chamei, gritei, bati palmas à porta.... nada...
Estão de férias, as idéias.
Bem feito! A folha em branco não me diz nada. Remete-me a alguém que tem os olhos vazios, o pensamento inatingível. Bem feito mesmo!! Mereço este desprezo.
Devo desculpas ao meu ser criativo. Devo desculpa a mim mesma e me comprometo, a partir de agora, a dar mais valor ao que não tem valor. A ser mais atenciosa com minha as minhas invencionices.
Meu universo abstrato terá a chave da frente do meu ser racional, a partir de agora. Assim, talvez, aos poucos, chegue sem bater, sente timidamente no sofá, primeiro na pontinha e depois, aos poucos, coloque os pés no centro, peça um café ou um chá gelado.
Prometo estar atenta, pronta a servir.
E que venha logo, por favor!!!
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
triste amor
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Desejo vão
Alguém disse um dia que o segredo da vida está nas portas.
As portas que se abrem, surpreendentes.
As portas que se fecham, misteriosas.
Não são as chaves, os segredos.
Nem mesmo são a chave dos segredos.
Viver é correr perigo.
Colocar a mão nas maçanetas
Abrir para novas paisagens
Fechá-las a cadeado.
Deixá-las entreabertas, espreitando pelas brechas.
E quando o vento, primo do acaso, invade nosso jardim,
ele mesmo alternando esta composição,
ensina que não há mais portas ou muros.
Ou sequer houve, se não em nossa vontade.
Desejos, vão.
As portas que se abrem, surpreendentes.
As portas que se fecham, misteriosas.
Não são as chaves, os segredos.
Nem mesmo são a chave dos segredos.
Viver é correr perigo.
Colocar a mão nas maçanetas
Abrir para novas paisagens
Fechá-las a cadeado.
Deixá-las entreabertas, espreitando pelas brechas.
E quando o vento, primo do acaso, invade nosso jardim,
ele mesmo alternando esta composição,
ensina que não há mais portas ou muros.
Ou sequer houve, se não em nossa vontade.
Desejos, vão.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
no centro do mundo
saio pela rua e sinto o cheiro morno da vida. rolam pelas calçadas minhas saudades
e as dos meus conterrâneos.
penso que somente assim se explica o esgoto que insiste em
circular pelas vielas estreitas.
Suporta-se o cheiro insuportável por conta dos sentimentos.
Na mesa do bar central eu encontro poetas apaixonados, cineastas surtados, mulheres encantadas.
São todos peças do meu xadrez. Recito poemas e invejo seu autor. Desejo superá-lo quando os recito.
Mais um copo, por favor....
e a vida se engana.
e eu mando uma mensagem de amor, e eu falo sinceramente do superficial.
sinto-me turista em casa, no telhado colonial que me abriga.
chove no frontal e o central entope de gente. vou junto.
mais um copo, por favor.....
meu tempo passa junto com o dos outros. mas no íntimo acredito que para todos, no íntimo de cada um, o tempo é um referencial inútil.
pra que o tempo quando se busca a vida?
pra que a vida quando o tempo se mostra?
e se mostra, pra quê?????
e as dos meus conterrâneos.
penso que somente assim se explica o esgoto que insiste em
circular pelas vielas estreitas.
Suporta-se o cheiro insuportável por conta dos sentimentos.
Na mesa do bar central eu encontro poetas apaixonados, cineastas surtados, mulheres encantadas.
São todos peças do meu xadrez. Recito poemas e invejo seu autor. Desejo superá-lo quando os recito.
Mais um copo, por favor....
e a vida se engana.
e eu mando uma mensagem de amor, e eu falo sinceramente do superficial.
sinto-me turista em casa, no telhado colonial que me abriga.
chove no frontal e o central entope de gente. vou junto.
mais um copo, por favor.....
meu tempo passa junto com o dos outros. mas no íntimo acredito que para todos, no íntimo de cada um, o tempo é um referencial inútil.
pra que o tempo quando se busca a vida?
pra que a vida quando o tempo se mostra?
e se mostra, pra quê?????
quarta-feira, 7 de abril de 2010
devias vir......
As rosas não falam.
As rosas são anúncio certo do fim: buscam na água tensa do vaso um extrato de vida.... A cada fim de semana, compro rosas, gérberas, lírios pra minha casa.
“Para dar um toque de vida”, engano-me.
Engano-me no primeiro dia, quando os botões ainda dormem.
Engano-me no segundo dia quando as flores abrem, exuberantes.
São vida mascarada de fim. Anúncio tácito. Razão sem fé.
Aí, quando as flores perdem sua tenacidade, ficam tímidas.
Enrugam-se, escondem-se.
Os talos fazem uma reverência à vida e se vão.
Não me queixo às flores. Elas são previsíveis.
Não nos pregam peças, nem se compadecem de nós...
E quando elas se vão, melancólicas como a morte, não desisto.
Busco uma substituta, inocente.
Cumpra-se o ciclo. Troquem as águas do vaso.
O cheiro das flores mortas é o contraponto das pétalas coloridas.
Morre-se por dentro primeiro.
E a morte vem pela seiva, pelas veias, estourando a vida.
Exalam perfume roubado de vida.
Enfim....
(Para Vicente, amigo de sempre.....)
quarta-feira, 24 de março de 2010
Boletim de ocorrência
O cano frio e árido encostou na minha testa. Assim, não dava pra pensar em nada. Eu então me vi paralisada. Um segundo rico, de vida, se passou.
O cano já não tão frio tinha atrás de si um homem. Sua mão firme, sua voz morna atinavam a frieza da sua alma.
Nem me doeu a bolsa que ele levou, muito menos o carro tomado subitamente numa encrizilhada qualquer.
Doeu-me aquele freio. E o homem apontou de longe o cano: passa a aliança!
Nossa!!!!! era ela ou a vida.
Foi ela.
Sumiram os quatro revólveres na rua deserta.
Senti então que já podia pensar. E pensei que fui roubada na alma. No meu sagrado, no meu cuidado.Minha mão não tremia a ausência.
Olhei ao redor e tudo parecia estar no mesmo lugar. Um passo a frente e vc não está mais no mesmo lugar.
E se tivéssemos virado à esquerda?
E se pegássemos o semáforo vermelho?
E se os meninos não tivessem atrás?
E quanta culpa!!!!
Quero minha vida de volta mais inocente. Quero minha certeza de que o que é meu, sempre será.
Quero poder olhar as flores como se não fossem as últimas e ver meus meninos com minha paz no coração.
Quero o sabor de volta à minha boca e o cheiro da rua no nariz.
Eles devolveram tudo, deixaram minha história abandonada numa rua deserta. O celular ligado, os documentos em desalinho. Devolveram, diriam alguns.
Mas arrancaram de mim alguma coisa.
O que não se presta queixa. O que não consta no boletim de ocorrência.
Tudo passou. Foram três minutos, no máximo.
E ao final, o que fazer?
Escolher o caminho de sempre, parar nos mesmos sinais, olhar com o mesmo medo e depois fugir pra dentro de si....
O cano já não tão frio tinha atrás de si um homem. Sua mão firme, sua voz morna atinavam a frieza da sua alma.
Nem me doeu a bolsa que ele levou, muito menos o carro tomado subitamente numa encrizilhada qualquer.
Doeu-me aquele freio. E o homem apontou de longe o cano: passa a aliança!
Nossa!!!!! era ela ou a vida.
Foi ela.
Sumiram os quatro revólveres na rua deserta.
Senti então que já podia pensar. E pensei que fui roubada na alma. No meu sagrado, no meu cuidado.Minha mão não tremia a ausência.
Olhei ao redor e tudo parecia estar no mesmo lugar. Um passo a frente e vc não está mais no mesmo lugar.
E se tivéssemos virado à esquerda?
E se pegássemos o semáforo vermelho?
E se os meninos não tivessem atrás?
E quanta culpa!!!!
Quero minha vida de volta mais inocente. Quero minha certeza de que o que é meu, sempre será.
Quero poder olhar as flores como se não fossem as últimas e ver meus meninos com minha paz no coração.
Quero o sabor de volta à minha boca e o cheiro da rua no nariz.
Eles devolveram tudo, deixaram minha história abandonada numa rua deserta. O celular ligado, os documentos em desalinho. Devolveram, diriam alguns.
Mas arrancaram de mim alguma coisa.
O que não se presta queixa. O que não consta no boletim de ocorrência.
Tudo passou. Foram três minutos, no máximo.
E ao final, o que fazer?
Escolher o caminho de sempre, parar nos mesmos sinais, olhar com o mesmo medo e depois fugir pra dentro de si....
sábado, 6 de março de 2010
CORAÇÃO GUARDADO
Perdi meu coração! Displicente, abandonei-o no peito. Meu amuleto.....
Ele, talvez cansado de adornar meus vestidos, decidiu pular de mim e libertou-se do seu fio azul que o deixava preso ao meu corpo. Não era uma veia coronária, nem um vaso sanguíneo.
Era um simplório fio de linha turquesa. Ele até que me avisou que estava pra se partir de mim. Hoje de manhã, quando coloquei- o no pescoço, achei tão frágil....
Acho, na verdade, que entendi sua mensagem. Mas o deixei ir, livre. É assim o amor.
Deixa ir. Meu coração de sangue bate apertado enquanto escrevo estas frases.
Porque lamentar a ausência de um amuleto de pano? Que crença mais pré-histórica! Tento explicar: Porque ele representava todo o amor do meu peito. E eu o podia mostrar! Chegou fechadinho numa caixinha vermelha, chegou tímido. Eu o expus no meu peito, no meu quarto....
E, sem entender bem porque, me vem agora o que estava escrito na pequena relíquia: CORAÇÃO GUARDADO.
Rebelou-se, fugiu à sua sina.
Ele, talvez cansado de adornar meus vestidos, decidiu pular de mim e libertou-se do seu fio azul que o deixava preso ao meu corpo. Não era uma veia coronária, nem um vaso sanguíneo.
Era um simplório fio de linha turquesa. Ele até que me avisou que estava pra se partir de mim. Hoje de manhã, quando coloquei- o no pescoço, achei tão frágil....
Acho, na verdade, que entendi sua mensagem. Mas o deixei ir, livre. É assim o amor.
Deixa ir. Meu coração de sangue bate apertado enquanto escrevo estas frases.
Porque lamentar a ausência de um amuleto de pano? Que crença mais pré-histórica! Tento explicar: Porque ele representava todo o amor do meu peito. E eu o podia mostrar! Chegou fechadinho numa caixinha vermelha, chegou tímido. Eu o expus no meu peito, no meu quarto....
E, sem entender bem porque, me vem agora o que estava escrito na pequena relíquia: CORAÇÃO GUARDADO.
Rebelou-se, fugiu à sua sina.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Quem leva quem???
Levei o meu cachorro pra passear.
Tava cansada, em casa desde manhãzinha, mas eu fiz este esforço.
A carinha dele não me deixava alternativas: boca em forma de sorriso, língua gargalhando, rabo frenético!
Levantei, com um click me desconectei do mundo virtual.
Coloquei coleira no meu cãozinho. Ele, feliz na frente me mostrava o caminho.
Eu, bestinha atrás seguia o caminho dele.
Engraçado....
Comecei a ver as flores, colhi umas frutas, dei bom dia aos vizinhos.
Parei no meio da quadra e conversei por mais de meia hora com um desconhecido que tinha ótimas histórias pra contar. Ri um bocado.
Ele ali por perto, me olhando de longe,deitado na grama verdinha e ainda molhada da chuva que caiu logo cedo.
Depois, achei o sol já bem quente.
Era hora de voltar.
Meu cãozinho tava bem feliz!
Tinha levado a dona dele pra tomar um sol, sentir outros sentires, rir um pouco e sair de frente daquela máquina que paralisa!
Será que foi isso mesmo?
Meu cãozinho cuida bem de mim.... me levou pra passear!!!!
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Balada
Minha quase respiração presta homenagem à minha quase vida.
Lembra-me que existo a dor inisitente acima das sobrancelhas.
Taciturna, sonho em escrever sobre flores, jardins e chuvas de verão.
Obscura, encerro-me nas próprias veias.
Não enxergo o mundo à minha volta, sendo o meu universo tão complexo!
Lembra-me que existo a dor inisitente acima das sobrancelhas.
Taciturna, sonho em escrever sobre flores, jardins e chuvas de verão.
Obscura, encerro-me nas próprias veias.
Não enxergo o mundo à minha volta, sendo o meu universo tão complexo!
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Classificados
Perdi minha alma na última esquina.
Recompenso bem aos que encontrarem seu rastro.
O minha ânima deve vagar lenta.
Da última vez que a vi, trazia marcas leves da vida, trajava uma tristeza moderada.
Quem encontrá-la,
Favor devolver.
Não é lá grande coisa,
Parece uma velha
Reincide nos erros
Mas completa meu ser.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
órfã de vida
Não tem medida, mesura, bitola.
Uma percepção subjetiva, presença, lembrança, sinal.
Nenhum som emitido sem atitude merece reverberar.
Nenhum instante vago carece de registro.
Uma membrana invisível é a lente da vida.
A luz que encharca a alma não mais emana.
Foi-se a folha solta ao vento
Não chora pelo galho que exibe a cicatriz
A seiva que brota com a sua ausência
É órfã de vida.
Uma percepção subjetiva, presença, lembrança, sinal.
Nenhum som emitido sem atitude merece reverberar.
Nenhum instante vago carece de registro.
Uma membrana invisível é a lente da vida.
A luz que encharca a alma não mais emana.
Foi-se a folha solta ao vento
Não chora pelo galho que exibe a cicatriz
A seiva que brota com a sua ausência
É órfã de vida.
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