Este reencontro...
Pode ser um sentimento arrebatador, ou uma pétala.
Posso estar desconfiada, ressabiada, sem sequer conseguir
tocá-lo.
Posso chorar, rir, dar pulos de alegria ao vê-lo.
Tantos e tantos anos sem compartilhar.
Sinto o coração descompassado. Não há metrônomo que ajuste
sua batida.
Tempo composto, o da abstinência.
Tempo composto, o da abstinência.
Allegro. Não.
Allegro com fúria.
Allegro com fúria.
E penso que, ao digitar enquanto construo o texto posso
simular também tocá-lo.
Posso fazer deste TIC TAC TIC TAC monótono e insosso, um lamento. Uma dança. Um soneto. Uma sonata. Um noturno.
Posso fazer deste TIC TAC TIC TAC monótono e insosso, um lamento. Uma dança. Um soneto. Uma sonata. Um noturno.
Nada desafinado.
Desafiado.
Numa escala maior, em êxtase.
Antes, meio tom.
Agora, tom inteiro.
Acorde maior.
E então me permito sonhar. Escrevoescrevoescrevo. Talvez por isso mesmo veja o som em tudo.
Piano é um instrumento de percussão. E nunca bato na mesma
tecla. O teclado do computador também é um instrumento. Faço lá minhas
composições.
Agora, volto à interpretação. Sentada frente ao
teclado branco e preto.
Todas as claves ao alcance, todos os tempos à mão.
(A Francisco Mendonça, por me fazer sonhar)
Um comentário:
E aí? Cadê o bichinho?
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