sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Dia dos pais.












Nunca é tarde pra resgatar sentimentos e reviver momentos inesquecíveis. Eles têm cheiro, trilha sonora, paisagem e cenário. 
Hoje me veio da infância um cheiro de mato. Veio de longe!
Eu e meu pai.
Eu menina, ficava atrás dele enquanto ele cuidava do jardim, cultivava as plantas. Eu falava sem parar. Ele ouvia, respondia, corrigia, ponderava, concordava...
Ao final, sempre tínhamos nosso jogo de damas. Não qualquer jogo de damas. Era o tabuleiro que ele me deu de presente quando fiz 10 anos. Lembro que ele colou, um a um, um pequeno feltro embaixo de cada pecinha pra não arranhar o tabuleiro.
Esse cuidado eu trouxe para a vida inteira.
Guardei o tabuleiro como um camafeu, um patuá. Meus filhos brincaram nele. Ensinei a jogar damas, ensinei a jogar o “perde e ganha”.
Trinta anos depois tivemos, eu e mei pai, a oportunidade "reexperimentar" esta vivência. Andamos pela mata, paramos no pequeno córrego, cozinhei pra ele, conversamos pela noite afora.
Um resgate. Foram dias de lembranças. E no mesmo tabuleiro, com duas peças a menos... reeditamos nossa brincadeira.
Acredito que estes símbolos estão impregnados com o nosso amor. Um amor que não tem começo ou fim; Não tem limites ou demarcações. Um amor que não acontece, é. Um amor que não se mostra, existe.  

Pois então. Obrigada meu pai. Não tem nada mais profundo do que o sentimento de gratidão por viver este amor. 

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