quarta-feira, 18 de outubro de 2017

velha infância



Eu tava vendo fotos. E comecei a ver histórias. E capítulos das nossas vidas, e versos de Cecília Meirelles. 
E banhos no mar da praia de Pau Amarelo, com dona Creuza levando vitamina de banana pra gente. E "bozeguins" nos queimando no mar e a gente verde de picrato de butezin. 
E me chegaram as viagens de ônibus pro Colégio. Os tuppewares com nescau pro lanche. E as luas com ciranda na beira do mar.
Foram talvez estas lembranças que instigaram a saudade.
Te liguei ontem, mas não soube poetizar ou prozear...
Hoje veio o mesmo cheiro, aquele da safra de manga do quintal. E os cachos de flor da acácia azul. E os soldadinhos de chumbo no alpendre. E vc com as botas correndo no terreiro.
Comer torrada com doce de goiaba, brigar pelo último biscoito do pote.
E as bonecas de pano, e o Ângelo negro e a Valéria loura.
Um monte de tempo que a gente passava cantando, e dançando... que saudade, do nada.
O dia das crianças me lembrou nossa infância partilhada.
Fui atrás das fotos, a gente juntas. Quase não encontrei. Mas me dei conta das lembranças que seguem na máquina fotográfica da retina.
E que bom que seguimos nos divertindo juntas. No carnaval, no nascimento das crias, no meu níver este ano.
Assim seja. Seja assim.
A beleza de quem aprendeu a amar antes mesmo de falar.
Ana Luiza, talvez seja você quem mais me acompanha vida afora. Feliz dia das crianças que fomos e seremos sempre. 💜

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