sexta-feira, 4 de junho de 2021

desfragmentando

 

Sentada no meu quarto

Divagando sobre a vida

Me dou conta que perdi o medo de ser só.

O cenário é tão simplório

Tendo em vista a tomada de consciência

Meu quarto numa sexta-feira à noite, meio chuvosa...

Num apartamento alugado, ainda sem “a minha cara”

Transitória.

Isso não foi assim, num piscar de olhos

Uma natureza lenta me impulsionou

Sinais de mim mesma

Fragmentos esquecidos de sonhos 

Displicentemente pelos cantos

Relicários

Quase objetos pré-históricos

Souvenires, 

Post its

Cartas 

Lembrando quem sou de fato.

Por vezes, me senti repetindo aquela história infantil... distribuindo migalhas de pão pelo caminho

“ser só” não é “estar”

E digo isso de cátedra

Já fui só.

Uma mulher sozinha está sem ela mesma

Gosto de utilizar a expressão DESINTEIRA

Uma mulher só 

Está partida ao meio

Ou em fragmentos.

Tenho vivido a aventura de (re)conhecer-me

Tenho me alegrado comigo mesma

Tenho chegado mais perto

Tenho a mim.

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