segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Tempo roubado




A ladra sou eu.
Tenho roubado meu tempo
Enganada por ondas de satélite
Envolvida por relações de gelo.
Eu mesma ligo para o seqüestrador do meu tempo.
Tenho a senha, a conexão.
E sou uma refém voluntária,
Sem possibilidade de volta,
Sem resgate para pagar.

Roubo a mim mesma
E o produto deste delito 
Olho no olho,
Afeto de filho,
Frase dita em momento impreciso...
É mercadoria sem volta.

Se posso acessar no meu mundo imaginário quantas vezes quiser o momento passado,
Na vida real perco o link.
Não resgato o endereço IP.
O mote passou e não foi gravado, ninguém curtiu.

Visito o site da prisão pra ver se alguém está me vendo. 
Estou na sala de estar, sentada na poltrona
alheia à vida real.
 
 Fiquei sem comentário.

Um comentário:

Maria Duda disse...

Eu não poderia relatar esse sequestro consentido de forma melhor. Linda! Você é foda!

Horizonte

 Pausar.  Simples e necessário! Tempo restaurador. Arrumar as gavetas da cabeça, acariciar a alma, alentar as dores, afagar os prazeres. Fec...