terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Curando ao sol

É verão. E é verão pra todo mundo. Verão de o suor escorrer, verão de manga no pé e caju perfumando os litorais. Verão de sol alto às 17h. Um sol pra cada pessoa, dizem por aí. Sentir a intensidade da estação, se abandonar numa piscina de água salgada na beira do mar. Respeitar o fluir das marés involuntárias. Abraçar o ciclo, brincar com o vento. O sal que limpa as quizilas. O sol que aquece e tinge a pele. São dias inteiros de ritmo frouxo, cafés da manhã politicamente incorretos, caipirinhas diárias, brindes abençoados. Almoços intermináveis de brisa. São conversas espichadas pelo prazer do riso. São longas conjecturas sobre o horário melhor para aquele mergulho… sobre a hora exata do por do sol. Na imensidão do azul alagoano, o relógio vira acessório dispensável. Pra dentro, o verão vai invadindo. Expurgando. Quarando. Secando os tempos molhados. Pra dentro, uma alegria tímida se insinua. Um florescer. Colher os frutos plantados. Desejo o próximo barco. A onda seguinte que vem firme e quebra na beira em instantes. A maré vindoura. O picolé de coco, o peixe fresquinho, o caldinho de marisco. Pimenta e limão. O diário de uma viagem subjetiva. Dias de paz e sol. De luz e brilho. Sonhos dos meus dias de verão.

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Horizonte

 Pausar.  Simples e necessário! Tempo restaurador. Arrumar as gavetas da cabeça, acariciar a alma, alentar as dores, afagar os prazeres. Fec...